Vida dedicada ao serviço público e ao voluntariado

 Vida dedicada ao serviço público e ao voluntariado

Atualizado em 26/05/2023

Serenita Maria Adami Giazzon, nasceu em 17 de junho de 1926, filha do barbeiro, alfaiate e historiador João Spadari Adami. Iniciou a carreira pública em 1º de julho de 1949, com 23 anos de idade, ao prestar concurso para escriturária. Anos depois, passou a exercer a função de oficial administrativa. Seu orgulho de ter sido servidora pública por mais de 30 anos, ter auxiliado diversos prefeitos e ajudado a fundar o Instituto de Previdência e Pensão Municipal (IPAM) está muito presente em suas memórias.

30 anos e 10 administrações
“Eram outros tempos, iniciei meu trabalho no prédio onde é hoje o Museu Municipal. Depois fui para o prédio atual. Meu trabalho consistia em atender o público, redigir projetos de leis, portarias e decretos. Muitas vezes tive que substituir secretários que se ausentavam. Naquela época tudo era datilografado e eu era muito rápida com a máquina de escrever”, relembra.
Quando entrou para o serviço público, o prefeito era Luciano Corsetti e assim seguiu, passando por 10 administrações. “Cada prefeito tinha suas manias, mas nunca comentávamos sobre elas com os novos que assumiam. Falávamos apenas sobre o que competia ao trabalho. Era um ambiente de profissionalismo e respeito. Luciano Corsetti em especial chamava a atenção. Quando chegávamos pela manhã para trabalhar ele estava saindo, dava bom-dia e ia para casa. Ele costumava trabalhar à noite”, lembra.

Ambiente cortês
O coleguismo era a palavra da vez entre os servidores. “Tinha gente que não sabia como preencher os formulários do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e sem isso não receberiam a previdência. Então, na hora de folga eu ia lá e rapidinho ajudava e eles ficavam todos faceiros”, recorda. A população que procurava os serviços na Prefeitura agia de forma muito educada. “As pessoas nos tratavam com muita gentileza. Durante todo o tempo em que trabalhei lá não tenho uma queixa sequer, tanto dos colegas quanto da comunidade”. Ainda hoje, eventualmente, encontra alguns ex-colegas caminhando na rua. “Brincamos uns com os outros. Eles dizem que não fico velha”, diverte-se.

Surgimento do IPAM
O IPAM surgiu de uma necessidade dos servidores que precisavam arcar em 100% suas despesas médicas e hospitalares. “Quando minha filha nasceu, recebi Cr$ 300,00 de bonificação. Não era suficiente nem para pagar a parteira. Os servidores adoeciam e não tinham como arcar com os custos. Então, a Prefeitura passou a bancar integralmente os tratamentos de saúde dos servidores, mas não conseguiu manter isso por muito tempo. Eu mesma disse ao Valter (Valter Neri de Campos, fundador do IPAM em 1964) que o sistema não se sustentaria daquela forma, pois não havia um fundo que ajudasse a financiar”, relembra. Foi fundado então, o IPAM, nos moldes como é hoje. “Na época eu ajudava a cadastrar os servidores, emitia autorizações, tudo era manuscrito”, recorda.

Importância do serviço público
“O funcionalismo sempre prestou um serviço importante para o Município, como em todas as áreas, todos os trabalhadores que ajudaram a construir Caxias. Havia muita dedicação para que tudo funcionasse”, recordando até mesmo da época em que os vereadores não eram remunerados para legislar.

Voluntariado
Depois que aposentou-se no serviço público, Serenita integrou-se ao Lions Clube e passou a auxiliar no Banco de Olhos, na intermediação de transplantes de córneas. “Às vezes recebemos ligações no meio da madrugada. Não me importo. Acho que o propósito da vida é isso, poder ajudar o próximo”, observa.

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