Sindiserv defende saúde pública em Caxias

 Sindiserv defende saúde pública em Caxias

A direção do Sindiserv esteve na tarde desta segunda-feira, 20, em reunião com o Secretário Municipal de Saúde, Rafael Bueno. O encontro serviu para debater questões ligadas aos servidores da saúde e o atendimento ao público. A presidente, Silvana Piroli, e a Diretora de Saúde do Sindiserv, Maria Lourdes Back de Lima, defenderam a continuidade do atendimento público do SAMU.

Na área da saúde temos muitos problemas, mas para enfrentar é preciso ter capacidade de ouvir os servidores, capacidade de gerenciar a folha de pagamento e principalmente os trabalhadores. Os trabalhadores da saúde precisam de respeito, precisam ser ouvidos, precisam ter a garantia de seus direitos e a tranquilidade para exercer as suas funções. Nós temos serviços de excelência no município, feitos em diferentes áreas. Mas em especial da saúde, nós temos no SAMU, por exemplo, uma referência regional e nacional do serviço prestado. Nós temos no nosso hemocentro um serviço de excelência que foi construído e garantido para toda a população“, lembrou.

As dirigentes entregaram um documento que embasa a posição do sindicato. Elas lembraram que em 2025, o SAMU atingiu a marca histórica de 1 milhão de chamados via 192, o que reflete a confiança da população e a importância estratégica do SAMU na Serra Gaúcha. “Conversamos com o secretário sobre vários boatos e ações que vêm acontecendo desde terceirização, de redução de direitos, desses setores da área da saúde. Nessa conversa, também nós levamos uma análise de como se poderia ter programas no município mais alinhados com o governo federal, para inclusive ter esses financiamentos“, revelou Silvana.

A terceirização, conforme a presidente do sindicato, compromete a continuidade e a qualidade do atendimento, com risco de rotatividade elevada, diminuição da capacitação técnica e dificuldade de integração com a rede pública de saúde. “Também deixamos claro que nós não concordamos com nenhum tipo de terceirização“, finalizou.

Ainda durante a tarde desta segunda, servidores do SAMU, HEMOCENTRO, CENTRAL DE EXAMES e CENTRAL DE REGULAÇÃO estiveram na sede do Sindiserv onde demonstraram preocupação com as mudanças na saúde. No encontro foram escolhidos representantes dos setores para a criação de uma comissão ao lado do Sindicato e da prefeitura para discutir o assunto.

Na Câmara de Vereadores

Durante a sessão da Câmara Municipal desta terça-feira, 21, a Diretora de Saúde do Sindiserv, Maria Lourdes Back de Lima, reforçou a posição do Sindicato em relação ao tema das terceirizações. “Nós dizemos NÃO à terceirização, porque a terceirização da saúde não é solução, é abandono. Ela troca servidores públicos comprometidos por contratos temporários, mal remunerados e sem preparo adequado. Ela troca a missão de salvar vidas pela lógica da economia ou o lucro que não tem compromisso com o povo, não tem compromisso com o doente na calçada, com a criança engasgada, com o idoso infartando. A economia e o lucro tem compromisso com planilha e balanço. E nós não podemos permitir que a vida vire uma planilha de custo?“, questionou.

Malu reforçou na necessidade de se pensar nas vidas salvas pelos servidores da saúde. “A vida vem primeiro. Sempre. Se há dinheiro para tanta coisa que não salva ninguém, então também tem que haver dinheiro para manter o SAMU forte, público e valorizado. Porque a vida do povo de Caxias do Sul não pode ser cortada em 60%. A vida não se vende. A vida se protege. E o SAMU se defende“, finalizou.

Leia o discurso de hoje na Câmara:

“Hoje, eu não falo aqui apenas como trabalhador da saúde, mas como cidadã. Eu falo em nome de algo maior: a vida. E quando a vida está em risco, é nosso dever falar com coragem, com verdade e com firmeza.

Estamos diante de uma ameaça real ao SAMU de Caxias do Sul: A fala do corte do incentivo que iniciou na abertura do SAMU um serviço que há mais de 15 anos salva vidas nesta cidade. E vamos deixar uma coisa bem clara desde o início: isso não é uma questão financeira, é uma questão política.

O SAMU é prioridade porque ele salva vidas. Porque é ele que chega quando ninguém mais pode chegar. É ele que responde com agilidade em acidentes, paradas cardíacas, AVCs, situações em que cada segundo decide entre viver ou morrer.

O nome ja diz: incentivo! Retirá-lo é diminuir e desestabilizar as equipes. Quem vai trabalhar com algo tão impactante, como salvar vidas aos sábados, domingos, feriados, Natal e ano novo. Trabalhar na urgência e emergência, gera muito sofrimento.

E depois, como sempre acontece, se está saído caro o SAMU a desculpa é “não temos mais condições de manter o SAMU como está, vamos terceirizar”.

Nós dizemos NÃO à terceirização. Porque a terceirização da saúde não é solução, é abandono. Ela troca servidores públicos comprometidos por contratos temporários, mal remunerados e sem preparo adequado. Ela troca a missão de salvar vidas pela lógica da economia ou o lucro que não tem compromisso com o povo, não tem compromisso com o doente na calçada, com a criança engasgada, com o idoso infartando. A economia e o lucro tem compromisso com planilha e balanço. E nós não podemos permitir que a vida vire uma planilha de custo?

E vocês, senhores vereadores, senhoras vereadoras? Vocês foram eleitos para representar o povo. O povo que usa o SAMU. O povo que precisa dele todos os dias. E esse povo está dizendo: “defendam o que é nosso. Defendam o que funciona. Defendam o que salva vidas.

Não acreditem no discurso técnico. Não se calem diante do desmonte. Não se omitam enquanto a saúde pública é atacada por dentro. Porque precarizar é matar aos poucos. E terceirizar é lavar as mãos enquanto se abandona quem mais precisa.

A vida vem primeiro. Sempre.

Se há dinheiro para tanta coisa que não salva ninguém, então também tem que haver dinheiro para manter o SAMU forte, público e valorizado. Porque a vida do povo de Caxias do Sul não pode ser cortada em 60%.

A vida não se vende. A vida se protege. E o SAMU se defende.”

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